sábado, 31 de dezembro de 2011

Memórias


            É engraçado como quando se aproximam ou mesmo quando chegam algumas datas dadas como "especiais", a gente começa a pensar em tanta coisa ao mesmo tempo... Coisas das quais evitamos pensar todo o resto do tempo:
          Em como estamos, em como fomos, em como seremos... Mas, principalmente, quem nos acompanhou, nos acompanha e nos acompanhará.  Quem segurará sua mão e dirá: “filha, vai dá tudo certo, sei que vai conseguir e eu vou tá aqui”

         E finalmente você se ver chorando mesmo sem querer. E finalmente você se ver fazendo o que todo resto do tempo se obrigou a evitar fazer. É triste sentir falta e não poder procurar.
         Se da conta de que não dá mais pra ir até a cama,  deitar junto, abraçar e falar: “Mainha, eu amo a senhora” E ouvir um: “O que é que você quer” E então poder sorrir junto.
        Ou mesmo saber que quando eu chegar não vou mais poder deitar a cabeça sobre suas pernas e contar como foi meu dia. Que não vou mais poder ouvir a gargalhada dele ao assistir o Chaves.

        Que não importa o tamanho da saudade, nem o quanto ela ta machucando... Não dá mais pra ligar ou mandar mensagem. Não vão atender ou responder. E tudo o que restou foram lembranças...

        Lembranças e sentimentos que geram saudade e tantos outros sentimentos.  Todos os momentos de minha infância foram felizes, pois, tive os duas pessoas mais importante de minha vida ao meu lado. Toda a minha adolescência e juventude teve sentido por ter meu pai ao meu lado, ele sempre foi muito mais meu pai, foi meu amigo. Tentou suprir a ausência de minha mãe a todo custo. Mas, agora não tenho mais nenhum dos dois.
           E dói!

           Já disseram “ela é forte, é uma guerreira” sem saber o quanto sou fraca. Que minha força só é forte o suficiente para esconder o que sinto, e não para não me deixar sentir.
         Mas, quantas vezes também não ouvir me chamarem de criança. Porém, o que mais me machucou foi ouvir dizerem que simplesmente não sentir, que não me importei, porque “uma semana depois estava sorrindo”.  Então eu não estava sentindo?  Como não sentir algo que lhe rasga e despedaça por dentro? Como não sentir o fato de passar a estar só? Preferi ignorar o ouvido e como sempre... Seguir em frente.

          Dizer que não olho pra trás é uma puta hipocrisia. Olho, olho sim! E com muita saudade... Mas, tudo o que fui e sou, tudo o que vivi e vivo só me faz ter mais  segurança do que quero. Porque eu acredito que tudo de bom e ruim, tudo o que nos acontece na vida é por algum motivo. E prefiro acreditar que é um bom motivo.

           Não peço que me entendam. (Apesar de querer).
 Só quero descansar... Relaxar... Gritar... Cantar... Sem que me julguem. Mas, sei que isso é completamente impossível! Pois, todos julgam, inclusive eu.

          Só usei esse espaço para poder desabafar.
Tudo que eu preciso... “preciso não precisar” 

Juliete Santos

2 comentários:

  1. Sou saudosista, sofro por isso.
    Amadurecer essa é a palavra, andar com as próprias pernas, mas quem disse que era isso que eu queria..rs

    Bem, lendo teu relato, tenho tantas neuras, dores e transtornos a serem ditos que acho que vou voltar a postar.

    Beijo Juliete.

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    1. "mas quem disse que era isso que eu queria..." É a frase que ja deve ter passado pela cabeça de todos um dia. E no final a resposta é sim, vc queria. Talvez não da forma que aconteceu...! Amadurecer... Processo longo e duro, mas, incontrolável! Que bom saber que minhas simples palavras foram capazes de despertar teu desejo de postar. Porque suas postagem são verdadeiras lições de vida!

      Beijo, e obrigada pela atenção. =)

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